sábado, 13 de agosto de 2011

Um sorriso nessa vida sempre cheia de choros e angústias certamente vira motivo de piada.

Era uma vez uma cidada chata. Cheia de gente cinza, cheia de pensamento frio, tomada por aquele tipo horrível de choro forte sem lágrima. Mas nessa cidade sem nenhuma graça havia uma menina bonita, cheia de mil e um trejeitos, que gostava de pular e cantar no meio da sala. Uma colecionadora dos mais diferentes tipos de sorrisos. Os tristes e sádicos da cidade Chata, que nem sequer sabiam seu nome, a apelidaram de Louca. E Louca mesmo assim não se abalava: “Vocês são tristes como lágrimas e antiquados como o sapato velho de mamãe largado no meu quarto. E eu sou Louca. Louca como os destemidos. E Livre, Livre como um pássaro.” E os sorrisos não eram a única loucura que defeituavam a personalidade da menina Livre Linda e Louca. “Dê-me um sorriso aberto, três pares de lápis bem apontados e folhas infinitas. Com isso sou capaz de criar um novo mundo. Dê-me uma dúzia dessas folhas encadernadas com palavras, e isso basta. Sendo assim, serei feliz e sorridente e Louca e Livre para todo o sempre.” E assim ia, fazia poemas, criava histórias, inventava o mundo, desafiava a todos e ao nada. Era louca e odiada, mas não ligava… E foi assim, aos pouquinhos, que conquistou a admiração dos que não conheciam sorrisos, apenas lágrimas. E foi assim, bem de leve, pincelando a cidade cinza com tons de azul e amarelo, desde sempre e para sempre suas cores favoritas, que descobriu dentro de si mesma um motivo a mais para sorrir. Desenhando e escrevendo e vivendo, a menina Louca foi feliz eternamente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário